quinta-feira, 17 de abril de 2008

Empatia como base...

Bem, hoje o que me motiva a escrever foi um erro cometido por mim em um d0s meus atendimentos...
Apesar do atendimento não estar diretamente relacionado à saude mental, achei interessante compartilhar com vocês as minhas reflexões, até mesmo porque, em muitos momentos, em saúde mental, a única coisa que temos na relação com o usuário é aquilo que me faltou: A Empatia!
Sinto que, por uma ntervenção intempestiva da minha parte pode ter interrompido um processo terapêutico que estava caminhando a "pleno vapor". Pisei em um calo configuracional, acho que posso dizer assim, mas, sem saber que o estava sabendo.
Na verdade, só fiquei sabendo que, de fato, era um ponto frágil e crítico quando toquei nele.
Fiquei pensando comigo em como poderia evitar esse tipo de erro... a única resposta que me veio foi o uso da empatia!
É estranho falar em uso de algo que deve ser construído naturalmente no processo terapêutico mas, essa foi a única palavra que consegui encontrar... mas é importante salientar que a empatia não pode ser tirada da cartola do nada, já que ela faz parte de um processo de construção relacional na terapia!!!!
Consegui perceber que, por falta da empatia naquele dado momento, fiquei cega ao fato da cliente em questão não poder avançar em um determinado processo que sugeri, simplesmente pelo fato daquele determinado passo indicaria para a cliente a entrada em um campo altamente aversivo para a mesma.
Se eu estivesse emocionalmente conectada a ela, este erro não teria acontecido! Daí percebi a importância da empatia não só para a formação do vínculo terapêutico, mas também como um instrumento rico e eficaz, dando base para nós terapeutas, sabermos qual intervenção seria mais adequada em um dado momento.
Sinto que a empatia é a energia que nos ajuda a acender a lanterna e poder ver, ao menos em parte, a caixa preta que é o nosso cliente.
Imaginem o quanto isso é fundamental no processo com o usuário de saúde mental!! Sem essa ferramenta, tudo que o cliente nos diz e faz não tem sentido... Sem a empatia, qualquer intervenção realizada será insípita, sem cor e corpo... e, provavelmente, sem reverberação no sujeito!

É claro que não dá para estarmos em conexão emocional profunda com o nosso cliente o tempo todo, isso seria desumano! Mas talvez, nestes momentos, seria mais interessante para nós, terapeutas, reconhecermos a nossa impossibilidade momentânea de exercer a escuta empática e nos recolhermos ao SILÊNCIO!

Atendendo e aprendendo...

4 comentários:

Janaína disse...

Olá Ana Paula!
Estou fazendo estágio no HSVP e tenho encontrado algumas dificuldades em desenvovler a escuta clínica..vc tem algum texto, alguma dica, alguma referência em algo que possa me ajudar?
agradeço desde já! Obrigada!
Janaína

Lia_Lioca disse...

Olá Ana Paula!
Acho interessante abordar esse tema e falar da Saúde mental, onde é tão pouco falado nos dias de hoje. Gostei do seu texto, achei um tanto interressante. Mas por conta da Dislexia confesso que tive um pouco de trabalho para interpreta-lo. Esta interessante mesmo.
Entra no meu blog http://liocasilva.blogspot.com

Marília do Rio Apa disse...

não sou pisicóloga,mas no trabalho de voluntária pós aposentadoria,acabei envolvida em terapias.
Também não tenho a pretensão de ser uma terapeuta,mas hoje,após uma reunião desgastante com outros membros ,percebi o quanto essa especialidade faz falta.

Martita Santos disse...

Adorei seu blog!!